Ana Maria Cavalcanti
O jardim é frondoso, com várias árvores frutíferas: pitangueiras, macieiras, laranjeiras.
Alberto, o padeiro-confeiteiro da cidade passeia pelo jardim. Está cansado. Precisa inovar. Como?
De repente, ouve um bem-te-vi. Acompanha-o com o olhar, vê-o pousar em uma árvore diferente. Fica intrigado.
Aproxima-se. Pães?
- Quanta variedade! pão de batata, pão de nozes, pão de chocolate, pão de ló... vou provar esse aqui com frutas secas... Hmmm, que delícia!
Chama o bem-te-vi:
-É você quem faz os pães?
-Não. Nosso forneiro, conhecido popularmente no Brasil como joão-de-barro, comanda a cozinha com sua família.
- Posso visitar a casa dele?
- Claro!
O joão-de-barro, atento à conversa, abre a porta.
Que casa linda. À esquerda, uns paninhos mostram a cama do casal. O forno bem no fundo, à direita, fumegava. Fogão de gravetos... a joana-de-barro preparando os pães com pedacinhos de frutas... dois filhotes ali do lado, esperando para comer.
- Como você coloca os pães na árvore?
- A brisa suave leva. Cada galho tem uma variedade diferente de pães.
-Qualquer um pode comer?
- Não. Você é padeiro e não conhece o segredo?
- Qual?
- Cozinhar de coração, comer com afeição.
